O Tetra Negro é um peixe bastante conhecido pelos aquaristas
brasileiros: bem pequeno, de corpo alto, estreito e comprido. O dorso é
escuro e a região do abdômen, branca, com uma listra prateada.
Algumas
bandas verticais cortam o "nariz" e os olhos; outras, mais largas,
podem ser observadas atrás das guelras e sob a nadadeira dorsal. A
metade posterior do corpo é preta, bem como as nadadeiras dorsal e anal
(as demais são transparentes).
A nadadeira anal é bastante alta, motivo pelo qual o Gymnocorymbus ternetzi
é conhecido também pelo nome de Viuvinha e Freirinha, que recebe em
algumas regiões do país, já que eles parecem estar permanentemente
"vestidos" com um longo manto negro. Essas listras são mais nítidas nos
animais jovens (até por volta de três centímetros), perdendo um pouco do
brilho nos espécimes adultos.
Em cativeiro, o Gymnocorymbus ternetzi
quase sempre estabelece e mantém uma "colônia", um cardume com alguma
espécie de hierarquia; peixes introduzidos posteriormente sempre nadam
atrás e abaixo dos demais. Num aquário grande (mais de 100 litros), é
comum a formação de vários grupos, que demarcam um território específico
para nadar, mas não chegam a brigar. É importante não deixar o Gymnocorymbus ternetzi sozinho no aquário, porque ele é fundamentalmente um peixe de cardume.
Pode
ocorrer do indivíduo perder o próprio senso de orientação e deixar de
se alimentar quando não habitar o aquário em cardume, ou, mais
raramente, passar a atacar peixes de outras espécies, às vezes em
"missões suicidas".
O aquário deve ser preferencialmente plantado, e
se possível decorado com pedras e troncos. Apesar das suas pequenas
dimensões, este peixe não se dá bem em aquários de tamanho muito
reduzido, especialmente os do tipo "bola".
O Tetra Negro sempre
nada tranqüilamente, com movimentos elegantes. No entanto, ao avistar
alimento (vivo ou em flocos), dispara em linha reta, chegando a saltar
fora d'água. Por isso, é preciso que o aquário fique permanentemente
coberto. São peixes onívoros e, caso a quantidade de alimento não seja
suficiente, eles podem passar a devorar as plantas decorativas e as
nadadeiras de outros peixes. Ao menos uma vez por semana, sua dieta deve
ser complementada com alimento vivo, como artêmias e dáfnias.
Estes caracídeos são muito resistentes e não apresentam exigências
específicas quanto às condições da água. Desde que as alterações não
sejam muito bruscas, pH ácido e temperaturas tropicais entre 22ºC e 26ºC
são suficientes para mantê-los em boas condições. Em aquários mal
oxigenados, com crescimento excessivo de algas ou acúmulo de detritos
orgânicos os Tetras Negros, geralmente, são os últimos a morrer.
Determinar
a sexo dos espécimes não é uma tarefa fácil, mas, observando-se um
cardume, as fêmeas são maiores. Além disso, algumas pintas brancas podem
adornar a nadadeira caudal dos machos.
Para a reprodução, separe
um casal em aquário maternidade com algumas plantas e parâmetros
idênticos ao do aquário principal. O macho corteja a fêmea com suas
nadadeiras abertas e logo a desova ocorre, geralmente no meio das
plantas. Os ovos eclodem aproximadamente em 24 horas e os alevinos
consomem o saco vitelino por um período de 3 a 5 dias. Após esse período
deve ser oferecido infusórios, náuplios de artêmias, etc.
. O aquarismo responsável é baseado na busca, aprendizado, desenvolvimento e promoção da consciência a respeito destas condições e procedimentos, tal que a nossa prática amadora ou profissional do hobby não ocorra às custas do bem estar dos nossos animais de estimação, nem em detrimento do ecosistema. Assim como os bebês chorões são repentinamente atraídos pelos movimentos e sons curiosos de chocalhos coloridos, somos seduzidos pelos movimentos e cores de um aquário
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