Quem nunca teve um problema (mesmo que pequeno) com essas indesejáveis
"formas de vida"? Eu sei, você já teve, está tendo ou conhece alguém que
tem esse problema...é normal. Tudo bem, é normal. Mas ser normal não
significa ser agradável, não é mesmo? Então a pergunta é só uma: como
não ter problemas com algas azuis, verdes, marrons, rosas, pretas, etc?
Neste artigo não vou falar de nenhum tipo de alga em especial, não vou
usar o argumento simplista e preguiçoso de que algas marrons significam
falta de luz e algas verdes significam excesso da mesma (isso é apenas
mais um dos "mitos" espalhados por aí) e muito menos vou citar nome
científicos de algas. Isso não interessa a mim nem a você. Será apenas
um artigo simples (não simplista), objetivo e principalmente: FUNCIONA.
Primeiramente, é preciso deixar bem claro que este artigo não se aplica
àqueles aquários que acabaram de ser montados. É óbvio que no começo,
ocorrem diversas mudanças dentro de um aquário. Disso todo mundo já
sabe. Então, se apareceram algas marrons nos vidros, se apareceram algas
verdes nas pedras, se a água ficou turva, se qualquer coisa desse tipo
aconteceu no seu aquário montado há pouco tempo, não se preocupe demais.
É assim mesmo. Agora, se o seu aquário estava uma beleza, com as
plantas indo bem e com tudo "aparentemente" em ordem e de repente
aconteceu uma explosão de algas, é preciso "esquentar um pouco a
cabeça". Mas é preciso saber diferenciar um "problema com algas" da
"existência de algas". TODOS os aquários normais têm algas. Mas o
importante é que nem todos os aquários têm problemas com elas, pode
haver uma convivência pacífica (é até bonito ver algumas algas
filamentosas crescendo sobre pedras e troncos).
Ok, você tem um verdadeiro problema com algas. O primeiro passo é parar
para analisar. Isso mesmo, analisar. Seu aquário tem peixes demais? Você
alimenta seus peixes em excesso? E as trocas de água? Utiliza algum
tipo de fertilizante? Qual? Enfim, são muitas variáveis...
Uma coisa é certa: vou bater sempre na mesma tecla. Algas só viram um
problema em aquários com excesso de nutrientes, principalmente nitrato e
fosfato. Então, se os níveis desses dois "sujeitos" forem controlados,
as algas não serão responsáveis por dores de cabeça.
O próximo passo é comprar um teste de nitrato (NO3) e um de fosfato
(PO4). Se os testes indicarem mais de 20 mg/l de nitrato e mais de 5
mg/l de fosfato, é bom começar a procurar a causa do problema. Como foi
mencionado acima, as principais causas desses níveis anormais são:
muitos peixes no aquário, excesso de alimentação, poucas e/ou pequenas
trocas de água, fertilizantes de baixa qualidade, entre outros. Até
encontrar e resolver a causa do problema, como medida emergencial
pode-se fazer grandes e frequentes trocas de água. Algo como 10% a cada 3
dias ou 40-50% a cada semana (imagina só o trabalho). Isso deve ajudar a
manter os níveis estáveis.
O problema do excesso de peixes e de alimentação é óbvio. Quanto mais
peixes, mais dejetos. Quanto mais dejetos, mais material em decomposição
se transformando em nitrato. O mesmo acontece com o excesso de
alimentos.
O problema dos fertilizantes é algo fácil de se resolver. Para saber se o
fertilizante é bom para plantas ou excelente para algas basta dar uma
olhada em sua composição. Se aparece algo como "fosfato de
não-sei-o-que" ou "nitrato de alguma coisa" pode esquecer. É apenas um
produto vagabundo feito por alguma marquinha que não se preocupa com a
qualidade de seus produtos e muito menos com problemas que podem
aparecer nos aquários dos consumidores.
As trocas de água são fundamentais. Não importa o quanto seu sistema de
filtragem seja bom, nada substitui as trocas semanais. Nitrato e fosfato
são acumulativos, eles não desaparecem por mágica. Precisam ser
exportados. Em um aquário equilibrado, trocas semanais de 20% do volume
são suficientes para manter os níveis em torno de 15 mg/L (NO3) e 2-3
mg/L (PO4).
Além disso, é importante fazer os mesmos testes com a água de reposição.
Níveis acima de 5 mg/L (NO3 e/ou PO4) são um péssimo sinal. Esse
problema já é um pouco mais complicado. Para resolver, só com resinas
removedoras de nitrato e fosfato ou com caros deionizadores ou aparelhos
de osmose reversa.
Paralelamente ao problema dos nutrientes, devemos nos preocupar também
com a iluminação. Lâmpadas de espectro fotossintético "quente"
(Flora-Glo, por exemplo) agravam ainda mais o problema com as algas.
Então, é preciso cuidado na hora de escolher as lâmpadas do aquário.
Mais preocupação com a qualidade do que com a potência.
Portanto, controlando os níveis de nitrato e fosfato e utilizando
lâmpadas no mínimo razoáveis, problemas com algas ficarão para o
passado. É importante saber disso antes de tomar qualquer outro tipo de
medida, pode lhe poupar tempo e dinheiro. Um aquário bonito depende de
bastante cuidado e atenção.
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