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terça-feira, 10 de abril de 2012

Cultivo de Plantas de Aquário na Forma Emersa

Muitas das plantas que nós temos submersas em nossos aquários plantados podem ser cultivadas de um jeito bem diferente, na forma emersa - ou seja, fora da água. Essa adaptação das plantas, que torna possível sua sobrevivência tanto dentro como fora da água, foi fundamental para a sua permanência na natureza, já que o volume de água dos rios oscila constantemente devido aos períodos de seca e de cheia. Um bom exemplo desse fenômeno é a região do Pantanal, que em certas épocas do ano fica totalmente encoberto pelas águas, mas no período de seca deixa grande parte da vegetação em contato com o ar atmosférico. Na foto à direita, podemos ver Myriophyllum matogrossensis emergindo, em um lago no Jardim Botânico de São Paulo. É possível notar claramente as diferenças existentes entre o estado emerso e submerso da mesma planta. Mas nem todas as plantas podem ser cultivadas dessa forma. Plantas do gênero Egeria, Najas, Hidrilla, Aponogeton, Vallisneria, entre outras, não suportam períodos fora da água, desidratando e morrendo rapidamente.
Por que cultivar na forma emersa?
Além de ser uma forma de cultivo muito interessante, pode ser uma forma de auxiliar a propagação de plantas para o seu uso posterior no aquário, já que algumas espécies apresentam um crescimento bem mais rápido emersas e é uma forma mais segura e barata de cultivo, pois não existem gastos com filtragem e aquecimento. A manutenção é menor, e apesar de ocorrerem surtos de algas, eles não são tão prejudiciais às plantas como se elas estivessem no estado submerso. Lógico que alguns cuidados devem ser tomados. A iluminação é importantíssima, e não pode ser exagerada. Recomenda-se o uso de sombrite para filtrar o excesso de luz solar. Também é importante procurar manter o substrato sempre encharcado e o ambiente úmido, pois algumas plantas são mais sensíveis e desidratam com pouca umidade. A maioria das plantas são cultivadas pelos profissionais na forma emersa. Por isso, ao comprar uma planta e colocá-la no aquário, elas costumam modificar sua forma e cor, devido a sua readaptação ao meio aquático.
Aquário Estufa
Aquário Estufa
Como emergir uma planta?
Esse processo é muito simples e dificilmente dá errado. Basta fazer uma simulação do que acontece na natureza. Como se a planta estivesse em um período de seca em um rio, vá baixando lentamente o nível da água (ou então deixe que a água evapore naturalmente). Logo ela começará a lançar folhas diferentes, já adaptadas para a forma emersa. Se o processo não der certo, algumas causas podem ser a falta ou excesso de luz, falta de umidade, ou então a planta é de um gênero que não consegue se adaptar à forma emersa.

Umidade
Algumas plantas mais sensíveis, como o gênero das Cryptocorynes, necessitam de alguns cuidados especiais para um melhor desenvolvimento, e um fator de grande influência é a umidade dor ar. Para não precisar ficar borrifando água nas plantas de 15 em 15 minutos para mantê-las úmidas, uma boa saída é o aquário estufa, como na foto ao lado. Basta manter o aquário tampado, com uma pequena coluna de água dentro dele e pronto. Recomenda-se trocar essa água regularmente para evitar infestações de algas, e se o aquário não for totalmente tampado, não deixe a água parada, para não ter problemas com larvas de insetos.

Iluminação
Assim como nos plantados, a iluminação no cultivo emerso é fundamental. A luz solar é perfeita para o desenvolvimento das plantas, mas não pode ser excessiva. Recomenda-se o recebimento de luz solar direta pela manhã e no resto do dia apenas a claridade já basta. Caso isso não seja possível e elas tenham que ficar o dia inteiro no sol, ou comecem a ficar com as folhas queimadas, o uso de sombrite já resolve a situação. Esse material é facilmente encontrado em lojas de jardinagem.
Flor de Cryptocorine beckettii
Flor de Cryptocorine beckettii
Substrato
Existem vários modos de preparar o substrato, ou então nem é necessário usar um. Alguns cultivadores mantêm as plantas soltas em uma camada pequena de água e conforme elas vão crescendo, vão emergindo, não estando presas a nada. A adubação ocorre por meio de fertilizantes líquidos e pela própria "vida" que acaba sendo criada nessa coluna de água, pelas folhas mortas, insetos, etc. Essa forma de cultivo é chamada de hidropônica. Se você deseja manter suas plantas em um substrato, pode-se usar laterita, húmus (sem excessos, para evitar surto de algas no próprio substrato), e por cima uma camada de areia para a fixação da planta e para não turvar uma eventual coluna de água. Algumas plantas como as Cryptocorynes preferem um substrato mais ácido, por isso recomenda-se o uso de uma pequena quantidade de xaxim ou fibra de coco. A maioria das plantas só florescem no estado emerso, para que seja possível ocorrer a polinização.

Pragas
Infelizmente elas existem, seja qual for a forma de cultivo, sempre pode aparecer alguma coisa para atrapalhar.
  • Algas - É comum aparecerem no substrato, que vive encharcado, e em geral não são prejudiciais. Só se a situação fugir do controle a ponto de as algas "afogarem" plantas de menor porte. Mas aí é sinal de que algo está errado, talvez seja excesso de nutrientes ou luz. A remoção manual também pode ajudar, mas se o que estiver errado não for corrigido, elas voltarão.
  • Pulgões - São minúsculos insetos pretos ou marrons que se alojam nos tecidos mais finos da planta como nos novos brotos e folhas, e sugam sua seiva, enfraquecendo a planta. A remoção manual ajuda no seu controle. As Joaninhas são predadoras naturais dos pulgões.
  • Cochonilha - São pequenos insetos meio amarelados que aparecem embaixo de folhas e lugares mais escondidos das plantas e sugam sua seiva, também liberando uma substância que facilita o ataque de fungos. O melhor tratamento é a remoção manual. As Joaninhas também predam as cochonilhas.
  • Lesmas e Caracóis - Alimentam-se de folhas e brotos, deixando as folhas com furos e prejudicando o desenvolvimento da planta. Por serem noturnos, a catação manual noturna é o melhor tratamento.

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